O grande Brasil dos pequenos negócios do comércio

Muitas vezes as notícias revelam fatos preciosos que não repercutem com precisão a importância devida, porque faltam informações complementares para entendê-los. Por exemplo, no dia 13 de junho de 2008, o IBGE publicou os resultados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) revelando o fato que, em 2006, a receita operacional líquida das micro e pequenas empresas do setor comércio superou a mesma receita das grandes empresas. O presente texto oferece uma explicação sobre as causas do aumento da competitividade dos pequenos negócios do comércio.Em 2006, o setor de comércio deu um salto gigantesco em suas receitas operacionais líquidas e rompeu a barreira do trilhão de reais. Dessa receita, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 29,9% do total, ultrapassando, pela primeira vez, a participação das grandes empresas, de 29,2%. Esses números de 2006, quando comparados a 2003, demonstram que as receitas líquidas cresceram 63% no período.
Interpretar esses resultados exige a compreensão de alguns conceitos aplicados pelo IBGE. A pesquisa considerou como micro e pequena empresa, o estabelecimento comercial que emprega menos de 19 pessoas (antigo estatuto das Micro e Pequenas Empresas) e grande empresa aquela que ocupa mais de 500 pessoas (conceito utilizado pela Organização das Nações Unidas).
Outro conceito utilizado é o de Receita Operacional Líquida, considerada como o total das receitas brutas provenientes da exploração das atividades principais e secundárias exercidas pela empresa, deduzidos os impostos e contribuições (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS etc.) e as vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais.
Por esse conceito, as causas de maior competitividade dos pequenos negócios tanto podem ter origem no lado das receitas, no da redução da carga tributária, ou em ambos simultaneamente.
Este artigo é parte inicial resumida do boletim do empreendedor - Sebrae/RJ.
Autor: José de Moraes Falcão é economista e engenheiro econômico pela Universidade Católica de Pernambuco. Atuou nas áreas de desenvolvimento regional, planejamento estratégico e na área de pequenos negócios.

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