Para abrir empresa, empresário cumpre 13 etapas em 119 dias

Segundo Banco Mundial, Brasil ocupa a 120ª posição na categoria "começar um negócio", entre 183 países

Nayara Fraga



Para abrir uma empresa no Brasil, o empreendedor precisa passar por 13 etapas. Nelas, terá de checar se o local do estabelecimento está em conformidade com a Lei de Uso e Ocupação do Solo, registrar a companhia na Junta Comercial e obter inscrições fiscais e alvarás, para ficar no básico. O procedimento envolve instituições federais, estaduais e municipais e leva em média 119 dias, segundo pesquisa deste ano do Banco Mundial. O País é o 120.º na categoria "começar um negócio", entre 183.

Essa maratona burocrática pode ganhar contornos ainda mais absurdos, caso um dos sócios tenha vínculo com outra companhia. "Eles (órgãos públicos) estão fazendo cruzamento de dados para poder identificar pendências pelos CPFs dos sócios", diz o advogado Marcelo Candiotto, da Candiotto & Fonseca Advogados. Já houve caso em seu escritório de um empreendedor que não conseguir abrir uma empresa porque o sócio estava devendo IPVA. Para o advogado, esse tipo de medida é ilegal e inibe o empreendedorismo.

O fotógrafo Thiago Aguiar, que em 2011 se tornou sócio de uma empresa que nem chegou a gerar receita ou prestar serviço, hoje tem de recusar trabalhos. Ele e o sócio Daniel Freire tentam há seis meses fechar a empresa que prestaria serviço a construtoras no segmento de casas pré-fabricadas. "Apesar de em âmbito estadual a empresa estar encerrada, para a Receita estamos ativos", diz Freire.

A empresa não conseguiu fazer a Declaração Anual do Simples por causa de um suposto problema no sistema eletrônico da Receita, segundo a contadora. A assessoria da Receita Federal diz que não há nenhuma falha. Enquanto isso, o sócio Aguiar perde trabalhos por não poder emitir nota fiscal. O processo de fechamento completou seis meses.

Pesadelo. Pôr fim a uma companhia malsucedida, portanto, pode ser um pesadelo maior que abrir. O empreendedor não vê a possibilidade de exercer nova atividade empresarial num curto prazo - ou até no longo. Há caso de empreendedor que tenta fechar a empresa há oito anos e não consegue porque o sócio parcelou uma dívida de algum imposto, conta o cientista político e especialista do Instituto Millenium Alexandre Barros.

Ele explica que há dois custos importantes para o empresário: o financeiro, relativo ao dinheiro que a pessoa deixa de ganhar ao não poder exercer outra atividade empreendedora; e o conhecido em economia como custo de oportunidade, que diz respeito, no caso acima, ao fato de não poder fazer nada enquanto estiver vinculado àquele problema.

Para o presidente da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), José Constantino de Bastos Júnior, a burocracia diminuiu nos últimos anos. O maior sinal disso seria a iniciativa do Microempreendedor Individual (MEI), lançado em 2009.

Tudo é feito por um site mantido pela União, mas integrado com os Estados - método que, segundo ele, deve se expandir no País. "Foi a primeira implantação do que seria o processo único de abertura de empresa no Brasil."

Bastos conta que hoje 50% da empresas abertas são MEIs. Apenas no início de março, 500 mil MEIs foram registrados na Jucesp.

E tanto a abertura quanto o fechamento de empresas tem crescido. De 2000 a 2011, o número de companhias constituídas no Brasil saltou 32%, de 460.602 para 608.510, e o de extintas, 123%, de 99.966 para 223.619, segundo dados do Departamento do Registro do Comércio (DNRC), sem contar os MEIs.

Os números, fornecidos pelas Juntas Comerciais, não revelam quantas das empresas estão de fato em atividade nem quanto levou para fechar os negócios malsucedidos. No Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), de 22 milhões de empresas há cerca de 8,8 milhões inativas.

Difícil saber o motivo da inatividade. Mas, diante de tanta burocracia para fechar uma empresa no País, não é audacioso imaginar que boa parte delas está com dificuldade para deixar de existir no papel.

Fonte: O Estado de S.Paulo

Contribuinte já pode saber se caiu nas garras do Leão

Receita liberou extrato que permite verificar se há pendências na declaração

Quem fez a declaração do Imposto de Renda 2012 já pode verificar se caiu na malha fina do Leão e teve a declaração retida para verificações. As informações são da Secretaria da Receita Federal. Segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, aqueles que entregaram as declarações até a última semana já devem ter seus dados disponíveis para consulta.

"Demora cerca de cinco dias úteis para uma declaração entrar na base de dados da Receita, que é disponibilizada para consultas [aos contribuintes]. Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Se o contribuinte encontrar pendências, pode enviar uma declaração retificadora [e retirar a declaração da malha fina]", explicou Adir, do Fisco.

Dados de ontem do Fisco mostram que 7,4 milhões de contribuintes haviam enviado a declaração do IR 2012 à Receita Federal. A expectativa do órgão é de receber 25 milhões de documentos neste ano.

No ano passado, 569 mil contribuintes caíram na malha fina do Leão. Justamente por conta do processo de autorregularização, que já estava disponível em 2011, foi o menor valor dos três últimos anos.

O extrato da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física de 2012, pelo qual é possível saber se o contribuinte caiu na malha fina, está disponível no portal e-CAC da Receita Federal. Para acessar é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal, ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.


De acordo com a Receita Federal, o acesso ao extrato, por parte dos contribuintes, também permite conferir se as cotas do IRPF estão sendo quitadas corretamente; solicitar, alterar ou cancelar débito automático das cotas, além de identificar e parcelar eventuais débitos em atraso, entre outros serviços.

"Caso a ferramenta indique pendências causadas por erros cometidos pelo contribuinte, ele poderá fazer sua autorregularalização. Para isso, deve retificar a declaração, corrigindo os erros apontados pelo aplicativo. Quanto mais cedo for efetuada a correção, mais rapidamente será liberada a restituição", informou a Receita Federal.

O prazo para declarar o Imposto de Renda 2012 termina em 30 de abril. Quem apresentou a declaração do IR mais cedo, sem erros ou omissões, também receberá a restituição do IR mais rapidamente.

As restituições começam a ser pagas pelo Leão em junho de cada ano e se estendem até dezembro, em sete lotes. As consultas geralmente são abertas por volta do dia 8 e o pagamento é realizado no dia 15 – quando a data não cai no fim de semana ou feriado. Nestes casos, o depósito é feito no dia útil seguinte.

Os primeiros lotes de restituição de cada ano, porém, geralmente são reservados para os idosos (acima de 60 anos), que, segundo o Estatuto do Idoso, têm prioridade no recebimento dos valores.

Fonte: Gazeta Online

Veja os erros na declaração do IR que podem fazer você cair na malha fina

Na hora de declarar o Imposto de Renda 2012, todo o cuidado é pouco para evitar que se caia na temida malha fina. É por meio dela que a Receita Federal identifica erros de preenchimento, que podem ser corrigidos, ou detecta informações inconsistentes que caracterizam sonegação.

Quanto mais tempo o contribuinte demorar para consertar o erro na declaração do IR, maior o atraso no recebimento da grana da restituição.

O Leão pode levar até cinco anos para pagar a grana, que é liberada por meio de lotes residuais da Receita, sem calendário prévio estipulado.


...Alguns dos motivos mais comuns para a retenção na malha fina são informações incorretas de despesas médicas e a omissão de rendimentos, segundo a Receita Federal.

A atenção com o preenchimento de números e dados como CPF e CNPJ é fundamental, alertam os especialistas.

O consultor do Cenofisco (Centro de Orientação Fiscal), Marcos Barbosa dos Santos, recomenda atenção ao preencher o formulário:

- Antes de enviar a declaração, o contribuinte deve checar se digitou corretamente os números relatados no informe de rendimentos, bem como os dados cadastrais da empresa ou fonte pagadora.

O R7 apurou com os consultores da entidade alguns dos erros que mais levam o contribuinte à malha fina. Confira o quadro abaixo e saiba como evitá-los:


Confira algumas dicas preparadas pelos especialistas do Cenofisco
Identifique todas as empresas pagadoras

A Receita Federal verifica se todas as empresas das quais o contribuinte recebeu pagamentos estão constando na declaração, pois essas companhias informam ao Fisco todos os vencimentos feitos por trabalho assalariado e todos os demais pagamentos efetuados que tenham sido superiores a R$ 6.000 no ano ou que tenham algum imposto retido por meio da declaração
Informe corretamente os valores constantes no Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de IRRF (Imposto de Renda da Pessoa Física) fornecido pela fonte pagadora

O Leão checa se o imposto realmente foi retido e se os valores são iguais. Esse procedimento só é possível porque a DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte) entregue pelas pessoas jurídicas informa essas quantias
Não deixe de mencionar os valores resgatados na previdência privada

O Fisco cruza esses dados com as informações repassadas pelas instituições de previdência privada
Cuidado com a dedução das despesas médicas. Valores muito altos costumam chamar a atenção caso a renda bruta declarada não seja muito elevada

Na hora de informar valores de pagamentos, muitos deles são incompatíveis com a renda bruta declarada, o que acarreta em erro. As despesas médicas e os planos de saúde também são cruzados com a DMED (Declaração Serviços Médicos e de Saúde)
Se você aumentou o patrimônio, certifique-se de que toda a renda adquirida ao longo
do ano tenha sido informada

O aumento do patrimônio do contribuinte do início para o fim do ano em inconformidade com os rendimentos declarados indica a possibilidade de fraudes ou omissão de receitas
Informe a aquisição de veículos novos e imóveis
Despesas exageradas com cartões de crédito e movimentações bancárias elevadas
chamam a atenção da Receita

Fonte: Cenofisco

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